A Doutrina Social segue alguns princípios

O Estado está cansado de críticas contundentes e a população de promessas não cumpridas . Busca-se agora além de criticar a mostrar soluções viáveis aos problemas da sociedade.

Longe de uma leitura enfadonha busco, no momento oportuno e após alguns esclarecimentos que creio necessários ao entendimento, ousar a indicar soluções. Como aqui é um campo totalmente pessoal, acredito poder ousar. É meu pensamento e só ele e em alguns momentos permeados por literatura sobre o tema.

Centralidade e dignidade da pessoa humana

O ser humano deve ser sempre autor, centro e fim do desenvolvimento econômico e não apenas mero instrumento diante dos apelos da economia de mercado. A dignidade da pessoa deve ser o objetivo último da produção de bens, da política e expressões culturais. Atualmente a pobreza, fome e a violência ameaçam este princípio.
O trabalho sobre o capital
Salário justo, subsistência familiar e o desemprego. Preocupações nas relações patrões e empregados. Alguns já falam em flexibilização das leis trabalhistas. Uma grave ameaça ao trabalhador tendendo a piorar o conflito capital e trabalho. Teoricamente acredita-se que o trabalhador ao conseguir transformar a matéria bruta em algo útil como o minério de ferro em eletrodomésticos consegue também mudar sua própria existência e erguer-se devagar diante de obstáculos. Assim, passa a mudar também a sociedade.
O bem comum
A função social da propriedade privada, o destino universal dos bens e deveres do Estado para com o bem estar da população são situações que colocam o bem comum acima do individualismo. A instituições financeiras anunciam ano a ano os ganhos exorbitantes em suas megaoperações. Enormes latifúndios rodeados por famintos, sem terra, sem trabalho e sem moradia. Não se condena o necessário, mas sim o excesso e o uso deste na marginalização social.
O desenvolvimento integral
Por que os benefícios do progresso não são igualmente desfrutados por todos? Como em uma era de tantos avanços tecnológicos seja também uma era de tanta fome e miséria? Observemos a capacidade das máquinas de multiplicarem o volume de bens produzidos e o desemprego.
A ciência e a tecnologia são usadas em prol apenas do lucro, do enriquecimento. Há que se pensar em políticas econômicas voltadas a um desenvolvimento social e ecologicamente sustentável.
O mercado não observa o drama social e pessoal, mas pelo contrário domina e explora trabalhadores.
Propriedade privada
O princípio mostra que antes da propriedade ser privada ela deva ser subordinada aos interesses maiores da sociedade. João Paulo II dizia que "sobre toda propriedade pesa uma hipoteca social".
Ilustremos. Ao redor dos latifúndios existem multidões famintas. O direito ao uso da terra para saciar a fome está ou não acima do direito da propriedade? Tomemos como referência não onde estamos, mas como um dos miseráveis ao redor.
Evangelização inculturada
A idolatria ao dinheiro conflita com o cristianismo. É possível coexistir pobreza e fome ao lado de luxúria e riqueza, miseráveis e toneladas de alimento, às vezes, apodrecendo. Em algum lugar do lado mais forte às vezes é possível encontrar cristãos. João Paulo II tentava divulgar a necessidade de globalização também da solidariedade e não a globalização concentradora e excludente.

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