Políticos foram envolvidos na morte de Cristo

Clique sobre a imagem para ampliá-la e ver em detalhes
Considerando-se as definições constantes nos dicionários a política é a ciência do governo das nações; arte de dirigir as relações entre os Estados; princípios que orientam a atitude administrativa de um governo ou ainda o conjunto de objetivos que servem de base à planificação de uma ou mais atividades, mas é também astúcia; maneira hábil de agir; civilidade.
A política é necessária ao funcionamento do país - Há que se entender como o Brasil, Minas Gerais e o município em que se vive - e é exercida por políticos que são pessoas que sucumbem ao voto que no Brasil ainda é obrigatório ou, também, pessoas que são indicadas por políticos a exercerem atividades na administração direta ou indireta como nas autarquias.
Diria que a política é um mal necessário. Pelo menos no nosso país. É só imaginar ou tentar como seria o município em que vive se não houvessem administradores públicos. Quem faria? Aí é fácil entender que sem política não se vive. Sem ela não existiria uma Constituição Brasileira, não existiria o Sistema Único de Saúde que muitos questionam ou criticam, mas que antes dele somente eram atendidos pela "rede pública de saúde" os que tinham a carteirinha do INPS. Era altamente excludente.
Não existiriam leis. Claro que críticas existem. O Brasil tem muitas, mas algumas são colocadas em prática. Sem leis não existiria forma de você ser
aposentado ou de usar o seguro desemprego. Não existiriam férias remuneradas, décimo terceiro salário. Não se conseguiria ter os seus direitos preservados. Sendo um pouco extremista diria que seríamos escravos do mercado do capital. Licença maternidade, direitos femininos. De jeito algum. Tudo conseguido graças aos políticos.
A outra definição é de a política ser astúcia ou maneira hábil de agir. Aqui sim é um grande problema mal entendido desde a época de Cristo há 2000 anos. Claro que para se conseguir atingir um objetivo em prol da comunidade deve-se lançar mão de astúcia como artifício a conseguir apoio, o voto dos demais políticos. Mas, a esperteza como ferramenta a construir ou levar a desvio de verbas, mortes, perseguições, "amarrar" eleitores pela formação de dívida de gratidão, fuga do bem comum, infrações ambientais e outras, riqueza ilícita - não que a legal seja correta - e demais absurdos que vemos pelo Brasil afora em todas as suas unidades não é admissível. Na verdade é nojento, imundo, ridículo e outros adjetivos horrorosos em que se pense.
Mas, estes aspectos da política esperta, sagaz e astuta já tem história antes e durante o julgamento de Jesus narrados no Evangelho de São Marcos em seu capítulo 14: 53 E levaram Jesus ao sumo sacerdote, e ajuntaram-se todos os principais dos sacerdotes, e os anciãos e os escribas. 54 E Pedro o seguiu de longe até dentro do pátio do sumo sacerdote, e estava assentado com os servidores, aquentando-se ao lume. 55 E os principais dos sacerdotes e todo o concílio buscavam algum testemunho contra Jesus, para o matar, e não o achavam. 56 Porque muitos testificavam falsamente contra ele, mas os testemunhos não eram coerentes. 57 E, levantando-se alguns, testificaram falsamente contra ele, dizendo: 58 Nós ouvimos-lhe dizer: Eu derrubarei este templo, construído por mãos de homens, e em três dias edificarei outro, não feito por mãos de homens. 59 E nem assim o seu testemunho era coerente. 60 E, levantando-se o sumo sacerdote no Sinédrio, perguntou a Jesus, dizendo: Nada respondes? Que testificam estes contra ti? 61 Mas ele calou-se, e nada respondeu. O sumo sacerdote lhe tornou a perguntar, e disse-lhe: És tu o Cristo, Filho do Deus Bendito? 62 E Jesus disse-lhe: Eu o sou, e vereis o Filho do homem assentado à direita do poder de Deus, e vindo sobre as nuvens do céu. 63 E o sumo sacerdote, rasgando as suas vestes, disse: Para que necessitamos de mais testemunhas? 64 Vós ouvistes a blasfêmia; que vos parece? E todos o consideraram culpado de morte. 65 E alguns começaram a cuspir nele, e a cobrir-lhe o rosto, e a dar-lhe punhadas, e a dizer-lhe: Profetiza. E os servidores davam-lhe bofetadas.
O Sinédrio era composto por setenta membros. Consistia do sumo sacerdote, Caifás, os principais sacerdotes, os professores da Lei e os anciãos. Ali buscava-se apoio dos demais pares para um objetivo único causado pela inveja e possibilidade de que Jesus ascendesse politicamente. Que Ele se tornasse uma ferrenha oposição à classe dominante. Buscava-se ali a condenação de Cristo à morte de Cruz. E lembremos que Jesus tinha grande dificuldade política por ser de classe muito humilde, pobre. Ele se opunha, sim, mas com amor dando esperanças de um mundo melhor, mais humano, mais irmão, menos poder nas mãos, menos exploração, mais liberdade a todos e tantas maravilhas mais.
De acordo com a Lei Romana o julgamento não poderia ocorrer senão dentro do próprio templo e ocorrera na casa de um dos principais sacerdotes, Caifás. Segundo que a mesma lei não permitia julgamentos noturnos e este foi. Terceiro ponto de destaque é que não se podia chegar a um veredicto no mesmo dia do julgamento e lá não ocorreu assim. Jesus foi julgado e condenado no mesmo dia.
O que se buscava ali eram provas que condenassem Jesus Cristo. Testemunhas foram ouvidas, porém contradiziam-se a todo tempo. Testemunhas “compradas”. As palavras testemunhais sempre narravam o que Cristo havia dito, porém de maneira distorcida principalmente o narrado no versículo 58: Nós ouvimos-lhe dizer: Eu derrubarei este templo, construído por mãos de homens, e em três dias edificarei outro, não feito por mãos de homens.” Na verdade Ele havia dito: “Destruam este templo, e em três dias o reconstruirei”. Jesus falava aqui sobre a ressurreição dEle que ocorreu exatamente assim e não sobre a obra do templo.
Ele permanecia mudo a todo tempo como Isaías havia profetizado exatamente em Isaías 53:7, quando disse: “…como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca”. Jesus não tentou defender-Se das mentiras dessas testemunhas. Ele permaneceu completamente calado, e nesse silêncio Ele estava evidenciando a todos os presentes que o tipo de acusação que estavam levantando contra Ele era falso, infundado, distorcido e indigno de resposta.
O silêncio incomodava aos acusadores que queriam que Ele gerasse prova contra si mesmo. Assim, o Sumo Sacerdote da Lei fez a pergunta que levaria à condenação de Jesus: “És tu o Cristo, Filho do Deus Bendito?”. E Ele respondeu: -“Eu o sou, e vereis o Filho do homem assentado à direita do poder de Deus e vindo sobre as nuvens do céu”. Jesus, assim, acabava de entregar a eles o que queriam: A “prova” a sua condenação que era, segundo eles, a blasfêmia.
Desta forma, cumpriu-se a vontade de Deus que era a morte do Filho pela crucifixão. Pode-se pensar a princípio que não deveria ser assim se os políticos que julgaram Jesus não agissem de má fé geradas pela inveja. Porém há que se lembrar do que ocorrera quando prenderam Ele no jardim do Getsêmani e um dos que estavam ali presentes conseguiu cortar a orelha de um dos soldados tentando, assim, dar fuga ao Cristo e Jesus o recriminou e revelou que “isto é para que as Escrituras se cumpram” – Marcos 14, 49. Ou seja, Jesus fez durante todo o tempo a vontade do Pai. Mesmo na possibilidade de grande sofrimento que realmente ocorreu na cruz. Não que ele não tivesse quadros de dor intensa, pois era homem como qualquer um de nós, mas sucumbia à vontade de Deus.
Num país democrático como o nosso é onde votamos em candidatos a todos os cargos eletivos desde vereadores a senadores e Presidente Republicano corremos um grande risco de estarmos também condenando Jesus. Quando nos deixamos vender o voto buscando favores pessoais, votamos na busca do benefício próprio como o Sinédrio fez tentando manter o seu status "ameaçado" pelo Messias. Colaboramos com a morte de Cristo hoje quando permitimos que políticos desviem verbas destinadas a uma melhor qualidade de vida de toda a população, pois votamos em pessoas que já tem história de má conduta, às vezes até criminosos. Lembremos que crime não é só morte por assassinatos. Existem muitos criminosos que se candidatam respaldados pela justiça humana que coloca como inocente a pessoa até que se prove o contrário. Será que deveriam se candidatar então, mesmo sob o risco de serem condenados depois. E aí? Como fica o depois? Imunidade diplomática?
Condenamos quando sem tentar entender o por quê manifestamos contra projetos importantes à vida da comunidade simplesmente por "não vou com a cara dele". Mesquinhez.

Comentários

Anônimo disse…
Nossa...
Belissimo texto...
Realmente uma aula de historia e civilidade, digamos assim...
Adorei suas opniões, seus pontos de vista...
Muito interessante mesmo...
Parabens Keller...
Show de bola...
Obrigado, Wesley. Fico feliz em ver que mensagem foi assimilada. Valeu.

Postagens mais visitadas deste blog

História na Faculdade de Odontologia - UFJF

Encíclica "Dei Verbum"

Para onde vamos?