Uma inversão no processo evolutivo


Será?

A humanidade evoluiu muito em todos os aspectos. Não que esta ocorra na era contemporânea apenas, mas em todas as precedentes também. Na verdade o homem sempre busca a evolução social, tecnológica e biológica. A sociedade prima a cada dia por ser melhor. Mas, será que estávamos preparados para tanta evolução?

A evolução tecnológica iniciada ainda na era do fogo há milhões de anos atrás, com grande progressão na revolução industrial e continuada até hoje, porém de forma assustadora, melhorou o mundo. A informática facilita a vida e viver sem ela é quase impossível se você já a conheceu. As distâncias entre nós diminuíram com o advento do virtual. As inter-relações pessoais foram, em muitos casos, alicerçadas no monitor e teclado. A divulgação de informações é extremamente facilitada. As ciências da saúde respondem cada vez mais pelo aumento da expectativa de vida do homem e nelas encontramos desde alimentação adequada e condicionamento físicos a prevenir doenças até os transplantes a dar melhores condições de vida a todos. Claro que não podemos nos esquecer das pesquisas com células tronco.

A Revolução Francesa gerou no mundo um grande abalo demonstrando a necessidade de evolução social também. Os direitos humanos, a equidade de classes sociais, a solidariedade foram bandeiras que tremulam até hoje. Os direitos das mulheres, melhores condições de acesso às universidades tornando-se altamente democrático, a igualdade racial são pontos altamente positivos na evolução humana.

Foram tantos avanços mundiais que não pretendo citar todos. Seria insano tentar e desnecessário no momento. Deixo a quem lê a tarefa de se lembrar de mais e mais tantos outros...

Obviamente observamos também efeitos indesejados no processo evolutivo. Ou não? Embora seja difundido igualdade entre classes observamos na verdade uma grande distância entre ricos e os menos favorecidos. A democracia política que é a condição do nosso Estado é mera utopia. Na verdade o que existe é uma monarquia mascarada pelo aspecto de liberdade do nosso processo político. Como monarcas dos reinos antigos eles viviam em cidades protegidas com altos muros e soldados armados. Junto deles toda a família. Cobrava-se impostos do povo que morava ao redor da fortaleza e, em contrapartida, deveria, a realeza, dar segurança à população. Naquele tempo só se cobrava segurança. Lembremos que a fuga do Egito pelos descendentes de Abraão e Sarah devido à escravidão em que pesava a opressão, humilhação, violência, desrespeito e o jugo dos pesados impostos sobre eles. A República Federativa do Brasil estampa com orgulho a democracia com forma de governo por aqui, porém não foge da monarquia como vimos dia-a-dia onde são milhares de deputados estaduais e federais, senadores, vereadores, prefeitos, políticos que fizeram profissão. No afã de arrebanhar votos nas próximas eleições vale tudo. Este é um problema nacional. O poder e o valor pago aos políticos o fazem sempre querer estar ali. Não têm profissão. São políticos a cuidar do povo. Se assim não fosse realizariam talvez um bom trabalho na gestão que labutam sem pensar nas próximas e, assim, sem prejudicarem ninguém. Principalmente a si próprios. Os impostos cobrados colocam o povo a pagar se queixando, mas pagando sempre. Os governos dizem dar segurança, educação, saúde, lazer, moradia e etc. Seria interessante fazer-se um acordo entre nós, cidadãos, e o governo – bem utópico por sinal: Pagar os impostos proporcional ao governo fazer a sua parte. Seria interessante. No mínimo hilariante. É a “democracia monárquica”.

Nesta sociedade o mal é anexado à evolução. Para se ter os benefícios atuais o dinheiro é fundamental. Compra-se tudo. Vende-se tudo. Do corpo a produtos. De discursos até comida. De políticos à política. Armas cada vez mais poderosas. Quase tudo sucumbe ao capital. A sociedade do consumo foi concretizada. Alia-se o fato de a teoria Malthusiana estar sendo válida: A população cresce num ritmo muito mais acelerado do que a capacidade da produção alimentar do mundo. Não ao pé da letra, claro, mas para produzir-se é necessário abrir novos espaços, novas terras cultivadas. Com isso aumenta-se também a produção de lixo, dos restos não consumidos, dos dejetos. Poluição. O planeta não aguentará.
O advento do louvor ao dinheiro afastou o homem de Deus. O sagrado e o capital se contrapõem. O primeiro prima pela consciência crítica, por solidariedade, por equidades, por amor, pela concretização do projeto de Cristo aqui e agora e não só na morte, enquanto o segundo precisa de subordinados, de famintos, de miséria, do querer sempre a todo custo, da alienação, pois caso contrário ele, o capital, deixa de existir. Besteira ter o outro como subordinado. Grande besteira. O capital anda junto ao poder. É verdade. Aquele que muitos querem por permitir serem destaque na mídia, ou de passar pelas ruas e ouvir murmúrios de ser o cara, embora nem sempre com elogios positivos. De se ter puxa-sacos pelos cantos da terra ou, talvez, no município. É o mesmo poder que permite a muitos realizarem negociações capitalistas e ter desconto pelo que é ou exerce. Ter-se vantagens extras. Mola mestra da política nacional. E nesse termo vale destacar que os dois lados a tem, ou seja, te ajudo agora e fica devendo um favorzinho. Às vezes essa teia é tão grande que parece uma corporação mafiosa.

Mas, nesse contexto todo - e muito mais do que está escrito - está a principal evolução que passa a ocorrer agora ou pelo menos é extremamente necessária: A evolução da consciência crítica. Alienados jamais promovem mudanças ou melhoram o mundo. Sem preguiça de pensar a crítica vem. É necessário pensar. Com isso passamos a perceber o mal que provocamos ao outro ou outros diante das situações cotidianas mais elementares. Passamos a ver por um novo prisma que o capital é enganador e que sempre ele é pouco para o consumo desenfreado. Perceberemos que não devemos ter o outro na palma da mão. Que a real felicidade é ver o outro feliz e faze-lo feliz. De se ter uma família e buscar nela laços antigos, mas sempre atualizados à modernidade como fundamentais ao convívio sob o mesmo teto afastando as armadilhas traiçoeiras do hoje e que, se não abrirmos os olhos, estão se tornando aceitáveis, infelizmente. A busca por Deus e seu projeto de amor para todos nós está desaparecendo. É importante busca-lo e, claro, concretizarmos teu projeto. A vinda de Jesus está nisto.

Nunca se viu tanta evolução como atualmente. Será que não evoluímos demais e que a primeira evolução que deveria ter se concretizado seria a evolução da consciência critica? Será que não invertemos o processo evolutivo? Se tivéssemos primeiro aprendido a pensar criticamente e só depois todos os demais avanços ocorressem, talvez teríamos visto que estávamos entrando por um buraco negro. Não vimos e, agora, colhemos frutos modernos da imaturidade dos nossos atos. Ainda há tempo, mas pensemos sempre...Vale a pena! Do jeito que o homem anda sem consciência critica é cada vez mais escuro o caminho nosso por aqui.

Comentários

Betto Blogs disse…
Hoje tudo está mais rapído graças a evolução dos tempos,da tecnologia que avançou consideravelmente fazendo com que tudo fique mais fáci, mas esse fácil têm saído caro para nos seres humanos, estamos fazendo mil coisas ao mesmo tempo e estamos nos discuitando cada vez mais. Não temos tempo para conversar com um amigo pessoalmente, visitas são coisas quase obsoletas, acho sim que estamos retrocedendo em relação ao que deveríamos ser.Tudo isso faz parte de cada tempo, e de ano a ano mudamos ainda mais, ainda dá tempo de mudar e fugir dos riscos dessa invasão tecnologica ou superior que têm nos deixado lerdos para a socialização humana.

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