A fé ante aos nossos projetos

Sempre que se pensa em homens e a vida que levam observamos necessidades não supridas, desejos abertos e a busca em realiza-los. Frustração quase sempre é freqüente no cotidiano de um ou outro ou, ainda, diria, de alguns. O avançar da idade biológica somada às experiências diárias é forte aliada no frear dos impulsos tentando cada dia mais buscar maiores altitudes e vôos mais e mais distintos. O orgulho só é nosso.

No andar pelo mundo, na caminhada terrena idealizamos situações para nos satisfazer. Plantamos sementes que nos conduzam ao bem viver. Alguns bens materiais
importantes e necessários, uma colocação no mercado de trabalho que atenda às necessidades, um relacionamento amoroso que nos traga alegrias na maioria das vezes, quase sempre filhos e um pouco de dinheiro. Ás vezes, após conseguirmos isto ou durante o processo de realização nossa aparecem outros. E a vida segue e nós a ultrapassar obstáculos. Nesta perspectiva podemos encontrar alguns difíceis, muito difíceis em serem transpostos, mas não impossíveis. Quando estes percalços dependem única e exclusivamente do meu eu para realização é mais fácil. Problema surge quando eles estão aquém do nosso querer necessitando de outras pessoas ou institutos. A contemplação de sonhos é realizada dia-a-dia no plantar das sementes, dos cuidados com ela, do zelo, do aguardar o tempo certo para produção de frutos. Tudo produz no tempo certo. Paciência é importante. Podemos ansiar algo e isto é tão intenso que nos faz colocar Deus contra a parede. Passamos a idolatrar um deus nosso e só nosso suplicando o atendimento ao meu ego, ao nosso individualismo. Tem acontecido muito isto. Desejamos a cura de alguma doença em um familiar e frustrarmos se Deus não atender no tempo que demos a Ele, comprar o meu carro como já se vê os dizeres de que este aqui foi Deus que me deu, fortalecer a minha empresa onde alguns chegam a explicitar isto com a frase de que até aqui nos ajudou o Senhor. Deus tem sido querido pelas pessoas como particular. Um gênio da lâmpada que encontramos, um shopping pessoal.

Desconsideramos que Deus pode não querer realizar algo por isto ser melhor para nós e para o projeto divino.

No afã de alçar vôos mais altos podem-se desconsiderar regras de conduta importantes ao convívio. Pode-se crer que temos sempre razão e o outro não tem motivos para agir daquela forma. Idealizamos um mundo do jeitinho nosso e passamos à insatisfação por desconsiderar o ponto de vista de outrem. Não interessa o motivo dele, mas pensamos sempre estarmos certos. Nas histórias pessoais quando não percebemos o engano, a nossa ignorância, egoísmo, é importante alguém a nos mostrá-lo, a nos ensinar o reto caminho e devemos estar abertos a escutar fugindo de qualquer fundamentalismo. Devemos deixar o orgulho interior de lado e refletirmos que aquilo que nos é revelado pode ter fundamentação verídica. Basta pensar livremente e só. Por vezes devemos ouvir e fazer nossa introspecção, nosso momento sem medo da consciência onde estamos só eu e ela e para ela posso abrir o coração sem medo de represálias. Isto é evolução. É busca por crescimento íntimo. Com o avançar da idade deveríamos ser mais e mais prudentes, pacientes e isto normalmente ocorre. A consciência deveria evoluir junto, mas nem sempre isto é observado. Continuamos a desejar o nosso mundo, o meu mundo. Uma vez orientados na recondução voltamos a viver bem e em harmonia não só consigo, mas com tudo que nos cerca.

Importante é crer em Deus e a ele entregar-se mesmo que não vejamos nunca aquilo que pretendíamos realizado. Por incrível que pareça, por mais absurdo que seja tenha certeza de que Ele fez assim e isto foi ou é melhor. Acredite nisto. Tenha fé. O mundo não é um projeto seu ou meu, mas simplesmente e com profunda alegria fazemos parte dele como nós.

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