ELEIÇÕES APAE 2010
A necessidade da verdadeira APAE em Manhuaçu:
Nossos filhos irão continuar ali...
Durante 29 anos a APAE Manhuaçu foi dirigida sob a égide de um mesmo Presidente e vereador local já com dois mandatos sob o apreço de eleições a seu critério, mas longe de ser aberta, transparente e democrática e a cada três anos como o fora as deste ano que marcaram a história da instituição como marco divisor entre o desejo pessoal e a vontade dos eleitores, pais e associados.
COMO SURGIU A IDÉIA DE UMA ELEIÇÃO NA APAE?
COMO SURGIU A IDÉIA DE UMA ELEIÇÃO NA APAE?
Quando os pais resolveram buscar experiência na família Apaeana em cursos e encontros promovidos pela Federação - FEAPAE´s-MG - em Ipanema e Uberlândia puderam descobrir que a realidade da nossa APAE deveria ser mudada e, só para começar, pelas eleições democráticas da Diretoria, Conselhos Administrativo e Fiscal.
ALGUMAS DAS DIFICULDADES
A Campanha teve início já no início de outubro quando alguns pais e funcionários procuravam a montagem da chapa. Naquele início de mês tudo devia ser rápido, pois em 08 de outubro foi o último dia para a inscrição em um curso de capacitação para novos dirigentes promovido pela FEAPAE´s-MG em Belo Horizonte em 16 de outubro que, infelizmente, não fora divulgado pela Administração atual. Este curso era condição indispensável à inscrição de chapas.
Logo no início do processo era fundamental ter-se a Relação de Eleitores para propiciar a campanha eleitoral como em qualquer outra instância e finalizar a composição da chapa. A “Chapa dos Pais” como ficou conhecida, como oposição a atual administração, solicitou a referida relação logo no início de outubro, 07, e em 21, porém a obtivera somente ao final do mês de outubro e, mesmo assim, graças a força maior.
A Comissão Eleitoral nomeada pelo Presidente era composta por uma parente e contadora da Instituição além de duas funcionárias contratadas e dificultou pelo tempo que trabalhou em muito a “Chapa dos Pais”.
Os Pais, inexperientes e aventureiros como foram chamados pela Chapa da situação, conseguiram dissolver a Comissão Eleitoral e adiarem as eleições diante de relevantes irregularidades denunciadas ao Ministério Público que as enviou à FEAPAE´s MG para que esta tomasse providências.
A princípio as eleições estavam marcadas para 21 de novembro. Como conseqüência das denúncias da Chapa dos Pais fora nomeada nova Comissão onde um dos integrantes seria a Procuradora da APAE´s Mineiras e reagendada o dia da votação para o dia 19 de dezembro.
AS PROPOSTAS DA “CHAPA DOS PAIS”
A proposta da “Chapa dos Pais” abraçava todos os que compunham a família APAE desde o aluno/paciente, pais, funcionários e escolas regulares que têm alunos especiais incluídos.
Sabemos que a razão de existir da APAE são os nossos filhos e se algum dia todos eles saíssem dali, a APAE deixaria de existir e o prédio seria usado por outra instituição.
Para elaborar o discurso de propostas que seria a plataforma de governo, muito tempo foi gasto em ouvir pais e funcionários e, principalmente, conhecer-se outras APAE´s de Minas Gerais.
Percebeu-se que a nossa APAE precisava ser trabalhada internamente, pois em termos de estrutura física o Presidente atual já havia conseguido bons resultados. Urge a revitalização interna a propor os caminhos retos do movimento Apaeano que há muito estão esquecidos pela mesma Presidência.
Como filosofia das APAE´s há como fundamento a inclusão respeitadas as diferenças de cada aluno/paciente. Não é correto se manter nossos filhos dentro da instituição pelo resto de suas vidas caso a limitação permita serem inseridos na sociedade a trabalhar, namorar, casar-se e ter filhos; enfim a construir família. Serem felizes como todos nós buscamos. Isto é realidade há muito tempo em outras APAE´s que conhecemos de Minas.
O Centro de Convivência não deve ser tratado como “Asilo de Excepcionais” como parece estar sendo desenhado. Antes de se edificar há de se conhecer como funciona. Não podemos aceitar o discurso de que à medida que nossos filhos envelhecem nós, pais, morremos e com quem ficarão eles? Não parece que o discurso revela preocupação somente tardiamente com nossos filhos? Não seria salutar, então, preocupar-se em inclusão social no maior número possível a evitar a solidão quando nós, pais, partirmos? O Centro de Convivência deve ser alvo apenas dos casos que estão impossibilitados de serem inseridos no contexto social a permitirem a estes a criação de trabalhos e a recreação. Mesmo no Centro de Convivência é possível que nossos filhos se sintam úteis...
Muitos de nós, pais, vivemos horas a aguardar o atendimento de nossos filhos junto à APAE. Durante este período é fundamental dar-se carinho, respeito, acolhimento a nós. É urgente entregar aos pais o respeito e dignidade que a família Apaeana tanto prima. É necessário tratar-se a família especial.
Sabemos que para que nossos filhos sejam retamente tratados e reabilitados é imprescindível ter-se funcionários que abracem a causa Apaeana e temos isto dentro da APAE Manhuaçu. Carece que estas mesmas pessoas sejam a cada dia mais capacitadas, pois esta capacitação reflete diretamente no aprendizado de nossos filhos e, com certeza, na vida deles.
No contexto de campanha não poderíamos nós, pais de filhos especiais, não admitirmos as diferenças de opinião contrárias as da nossa chapa. Se não aceitarmos estas diferenças como cobrar que a sociedade entenda e aceite as diferenças de nossos filhos? Atitudes contrárias são bem vindas e cabe ao bom político e administrador dentro do contexto moderno trazer para si aqueles que lhes foram contrários a mostrar que estavam enganados. Isto é a reta política que deve ser também a atitude de um político correto.
O DIA DA ELEIÇÃO: As maiores dificuldades para nós, pais!
No dia da eleição, 19 de dezembro, era salutar a presença da Procuradora das APAE´s de MG como componente imprescindível da Comissão Eleitoral que daria a imparcialidade a esta, porém, devido a problemas de saúde, não pôde comparecer e informou isto à nova Comissão nomeada pelo Presidente.
O respeito deve imperar sempre dentro do panorama APAE desde o aluno até os funcionários.
Nosso Estatuto é ainda muito falho, mas como qualquer lei deve ser obedecido mesmo que discordemos dele. O referido permite o voto por procuração, a prestação de contas antes da eleição e até impede que o auto-defensor vote e possa ser votado. Erros que buscaremos corrigir junto à FEAPAE´s.
Mesmo sabendo da legalidade das procurações nós, da “Chapa dos Pais” não as entregamos a ninguém, pois embora legal a julgamos imoral e queríamos que a Chapa da situação assim também procedesse, mas isto não ocorreu. Muito pelo contrário usaram do dispositivo que julgávamos já imoral com mais imoralidade ainda. Covardia aqueles que queriam simplesmente a democracia mesmo que viéssemos a perder as eleições. O afã pelo poder político atropelou a vontade de nós, pais de especiais, a dar o digno tratamento aos nossos filhos que precisam tanto da APAE moral.
A prestação de contas pelo atual Presidente não fora somente prestação de contas, mas antes de tudo artimanha política suja e baixa por portar um microfone às mãos enquanto nós não tivemos direito a este. Covardia aqueles que queriam simplesmente a democracia mesmo que viéssemos a perder as eleições.
Foram duas seções eleitorais apenas para um número aproximado de 800 eleitores. Muitos destes que deixaram seus filhos especiais que carecem de cuidados especiais com o vizinho ou parente, mas deveriam retornar rapidamente as suas casas. Outros que deixaram os filhos especiais em casa com o Pai enquanto a Mãe deixava seu voto e ao voltar para casa liberaria o Pai a também contribuir com a democracia Apaeana. Grande número de pais foram embora sem participar da votação.
Outros que vieram de longe acompanhados pelos filhos especiais – Santa Margarida, São João, Luisburgo, Santo Amaro, São Pedro do Avaí, Vila Nova, Sacramento, Reduto – a também contribuírem para as primeiras eleições democráticas da APAE Manhuaçu e que ao chegarem lá viam o tamanho das duas únicas filas existentes e estimaram o tempo em que ali ficariam e, infelizmente, também não contribuíram com o voto.
A eleição foi iniciada às 09 horas e somente encerrada próximo às 16 horas. Os portões foram fechados às 12 horas e quem saísse do auditório não poderia retornar. Foram distribuídas senhas, mas para quê? Muitos pais acreditaram que poderiam, então, irem almoçar e retornar com elas, mas não ocorreu assim. Ao retornarem foram informados que não poderiam entrar. A revolta foi grande e passaram a chutar e bater no portão do recinto eleitoral. Por lá apareceu até a Polícia Militar a pedido destes pais que não entraram a testemunhar o desrespeito para com eles.
Devido a estes motivos muitos pais foram embora e se lamentavam junto a nós da “Chapa dos Pais” por não poderem mais aguardar. Por não aguentarem mais o cansaço, a fome e a preocupação com o filho em casa. Muitos saíram totalmente decepcionados e entristecidos por não poderem colaborar indiferentes ao resultado. Muitos a manifestarem verbalmente o desrespeito mais uma vez ocorridos.
Os pais que ali ficaram até o final foram grandes guerreiros, pois tudo naquele dia contribuiu para que a democracia não fosse imposta. A estes e aos demais que lamentavelmente tiveram que abster-se do voto por força maior nosso reconhecimento, respeito, solidariedade e compromisso.
Antes de candidatos, somos pais de filhos especiais e quem melhor que nós para administrarmos a APAE dos nossos filhos?
O RESULTADO
O resultado das eleições da APAE mostra antes de tudo que nós, pais, queríamos a eleição aberta, transparente e democrática como sempre deveria ser. O voto é facultativo; não obrigatório. Mesmo assim, centenas de pais se amontoaram por ali se fazendo presentes ao processo nunca antes instalado na APAE Manhuaçu.
Foram aproximados 420 eleitores apenas naquele universo de aproximados 800 que lá estavam no início e, que indiferentes a quem votariam deveriam participar das urnas. A democracia plena não foi marca desta eleição. O arcaico e monstruoso coronelismo ainda é marca registrada dali.
Mas, será que as artimanhas usadas no dia da eleição levando ao cansaço dos eleitores que tem filhos especiais que necessitam de cuidados especiais os impedindo de votar não levam à intranqüilidade da consciência da Chapa vencedora? Creio que não! Para nós normais isto é um erro enorme, mas para eles não, pois crêem no relativismo onde "se o outro faz eu também posso fazer."
Todos naquelas filas tinham prioridade. Era impossível colocar prioridades como se faz nas filas de bancos e setores públicos. Será que o sorriso alegre da vitória não contrasta com a baixaria usada de forma inescrupulosa a fazer desistir muitos pais de filhos especiais? Será que venceram de forma honrosa as primeiras eleições da APAE Manhuaçu ou será mais uma vez lembrado o momento como marca da Presidência atual: O desrespeito?
A Chapa da situação saiu vitoriosa.
A ESPERANÇA
Acreditamos que a grande perda não foi a eleitoral, mas sim, para nossos filhos que ainda por mais 03 anos estarão com o continuísmo da administração atual anunciada na campanha a não construir a verdadeira APAE que nós, pais, conhecemos, estudamos e apresentamos nesta campanha aos demais pais como nós.
Lamentamos por nossos filhos, mas torcemos que sejam os eleitos capazes de buscar a verdadeira APAE e nós, pais, estaremos prontos a colaborar, pois nossos filhos precisam disto. Eles precisam da verdadeira APAE desconhecida até então pela sociedade manhuaçuense.
Acesse o site do Jornal das Montanhas em:
e veja a entrevista do Candidato à Presidência pela "Chapa dos Pais".
Leia e pergunte aos Pais de especiais atendidos na APAE Manhuaçu se o que aqui narrado
é real ou inverdade!
Dr. Keller Filgueiras
Pai de Aluno
Candidato vencido na eleição a Presidente pela “Chapa dos Pais”.
Comentários
FAZER O QUÊ NÉ?
MANHUAÇU ESTÁ UMA CIDADE GRANDE COM JORNAIS DE MENTALIDADE DE PEQUENA.
ABRAÇOS E UM FELIZ NATAL PARA VC E TODA SUA FAMILIA.
BOAS FESTAS.........
RECEBÍ O SEU EMAIL E O SEU BLOG QUE TRATA DE UM ASSUNTO DE GRANDE RELEVÂNCIA E QUE NEM SE QUER SÃO ABORDADOS NOS SITES DE MANHUAÇU.
CARO AMIGO, UM FELIZ NATAL E UM ANO NOVO CHEIO DE PAZ E SAUDE JUNTO A FAMILIA.
ESTES SÃO OS MEUS MAIS SINCEROS VOTOS E ELEVADO APREÇO.
ADELINO F MAIWORM
Mas, como tu sabes, minha vontade de ver as coisas mudarem continua. Amo nossa cidade e acredito que um dia isso irá mudar.
Até mesmo a manipulação do sistema de comunicação arcaico de nossa cidade, que visa somente o bem-estar de seus "profissionais".
Isso é deprimente.
Um forte e grande abraço
Fique com Deus, parceiro, já de grandes caminhadas.
Sei quem são, mas prefiro mantê-los no anonimato mesmo.
Caso queiram a publicação dos nomes vocês devem inserir comentários ao final do texto.
Muitas visitas neste texto até agora.
Um grande e fraternal abraço
Fiquem com Deus.
Isto é o que, raras vezes, percebemos na sociedade manhuaçuense.
Carlinhos - Belo Horizonte / MG
Assim, temos o Paulo, a Márcia, o Roberto, a Lourdinha, a Marta, a Renata e outros mais que dentro da Igreja de Cristo desenvolvem seu papel.
Um grande e fraternal abraço
Fique com Deus.
Saudades do amigo de cá do interior
Deus o abençoe!
+JMoreira
Agradeço o post por mostrar a necessidade da coragem com que abraçamos a causa e, mesmo perdendo, ganhamos todos, eu, nosso grupo e, principalmente, os filhos e pais. É por acreditarmos tanto na proposta divina do paraíso de Deus aqui na Terra que aceitamos desafios.
É por pessoas como o Revmo. amigo que transmitem a palavra de Deus como descendente direto de JCristo que alimentamos nossas esperanças de um mundo melhor e uma sociedade justa.
Obrigado, amigo Bispo.
Fique com Deus.