Vozes das Ruas?
Nunca se viu uma mobilização social
tão grande!
A condição sine qua non para
a existência estatal é a preservação da vida ou pelo menos era o pensamento de
filósofos como Hobbes no final do século XVII e Rosseau no início do século
XVIII. Viver sem o Estado é praticamente impossível. Ele tem o dever de
cuidar da vida entendida num sentido amplo que não apenas o respirar. Condições
dignas são fundamentais a qualquer pessoa. Os entes políticos ao cumprirem a
atividade estatal têm a obrigação de sempre preservarem a vida.
Não é novidade a nenhum brasileiro que
o custeio das atividades estatais definidas pelos políticos é por via dos tributos.
Os políticos deveriam convertê-los em condições dignas a todos brasileiros. O
Brasil de há muito sofre com a falta de políticas inteligentes voltadas ao bem
comum. Durante décadas o povo sofre com os mandos e desmandos de governos
federais, estaduais e municipais que não nos protegem.
Anos e anos a arrasadora maioria do
povo não quis entender que os políticos são nossos representantes eleitos,
embora todos saibam disto. Mas, o povo se calou entendendo a autoridade
governamental como uma distância enorme sendo que estes são empregados do povo
e não patrões.
Disse de forma sábia e recente o Papa
Francisco: “Envolver-se na política é uma obrigação para um Cristão. Nós,
Cristãos, não podemos fazer de Pilatos e lavar as mãos. Não podemos. Temos que
nos meter na política por que a política é uma das formas mais altas de
caridade por que busca o bem comum. Os leigos Cristãos devem trabalhar na
política. A política está muito suja, mas eu pergunto: Está suja porquê? Por
que os Cristãos não se meteram nela com espírito evangélico. É fácil dizer que
a culpa é dos outros. Mas eu, o que faço? Isto é um dever. Trabalhar para o bem
comum é um dever do Cristão”
Agora os Brasileiros vão às ruas demonstrando
a insatisfação, a revolta contra políticas e políticos que se colocam distante
dos anseios do povo a não promoverem o bem comum, a vida.
Acredito que dizer que são “vozes das
ruas” é limitar o alcance que o movimento tem conseguido. Não são apenas das
ruas, mas de forma ampla tem conseguido adentrar dentro das casas, dos
comércios, dos governos, da imprensa e de toda a sociedade. Há muitos, muitos
Brasileiros não presentes nas ruas, mas apoiando-o. Não são apenas as “vozes
das ruas”. É a voz do Brasil!
Acho até que o movimento vem a
possibilitar aos poucos sérios políticos que ainda existem uma reconstrução.
São tantas dívidas que um político tem para com outro objetivando à perpetuação
no poder e isto acontecendo em todos os níveis de governo que mesmo que um
queira apresentar propostas na defesa à vida não consegue avançar. O outro ou
outros tantos não permitem. Um elo difícil de ser rompido até hoje. Agora isto
é possível!
A classe política tem vivenciado algo
inédito e passam a entender que o povo quer um Brasil para todos e que eles,
empregados do povo, tem que trabalhar para todos nós a nos dar vida. Aquele que
não perceber isto pode pendurar a chuteira, pois a crise é grande e diante dos
avanços positivos dos manifestos mostra a fraqueza governamental. Estão fazendo
o que o povo quer! Nos discursos políticos o governo se curva. Diante disto,
novas propostas têm que pesar de como os Brasileiros irão aceitá-las. Não creio
que o movimento acabe. Pelo contrário estará a partir destes dias sempre
presente. Sempre antenado com as propostas dos políticos. Sempre as analisando.
É fazer besteira e o povo se une!
Um grande momento diante dos vários
que vimos mostra o povo sobre o Congresso Nacional. Dali uma importante interpretação
surge. O local das mais importantes decisões políticas do país se põe sobre os
pés dos donos do Brasil, o povo. Dentre a formação do movimento está a ausência
de líderes, de bandeiras partidárias. Aliás, estas últimas são ridicularizadas
pelo povo quando tentam serem oportunistas. O movimento não aceita esta postura.
Perfeito! Vandalismo? Presente sim, mas será que os que o fazem é o povo
Brasileiro ou oportunistas?
Envolver-se na política não é só ser
um político eleitoreiro, mas é participar e hoje nós, o povo Brasileiro, diante
de tanta opressão e massacrado por políticos e políticas retoma o poder. É um
novo Brasil que clama por vida a todos.
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